terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Conhecendo o Arminianismo (parte 3) – Depravação Total

Já abordamos, em nossa sequencia de artigos, dois pontos do arminianismo: o primeiro a respeito da eleição e o segundo sobre a expiação. Já foi possível constatar que, Deus elegeu corporativamente a Igreja e que Jesus morreu por todos, fazendo expiação pelos pecados da humanidade e tornando a salvação potencial. Aquele que crer será salvo, relatou Marcos, provavelmente sob a supervisão de Pedro (Mc 16.16). Essa passagem nos dá a ideia de que o homem pode escolher positiva ou negativamente a opção de Deus, pois aquele que não crer será condenado.
Como entendermos essa questão? O homem, por si só, realmente tem condições de escolher a Deus? Até que ponto os efeitos da queda atingiram a raça humana? O arminianismo ensina o livre-arbítrio e o calvinismo, por sua vez, ensina a livre-agência. Qual seria a diferença entre as duas terminologias? Veremos, doravante, a explicação da doutrina da depravação total, e as perguntas supracitadas poderão ser respondidas no decorrer de nossa exposição.

Artigo III – Remonstrância
“Que o homem não possui por si mesmo graça salvadora, nem as obras de sua própria vontade, de modo que, em seu estado de apostasia e pecado para si mesmo e por si mesmo, não pode pensar nada que seja bom – nada, a saber, que seja verdadeiramente bom, tal como a fé que salva antes de qualquer outra coisa. Mas que é necessário que, por Deus em Cristo e através de seu Santo Espírito, seja gerado de novo e renovado em entendimento, afeições e vontade e em todas as suas faculdades, para que seja capacitado a entender, pensar, querer e praticar o que é verdadeiramente bom, segundo a Palavra de Deus [Jo 15.5].”

Depravação total no Calvinismo
A palavra depravação, segundo qualquer dicionário de português, significa, nada mais nada menos, do que corrupção ou perversão. É a nossa tendência pecaminosa, nossa inclinação para o mal. É a herança de Adão: “...por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram” (Rm 5.12).
Essa tendência pecaminosa pode ser vista até mesmo em seres inocentes como as crianças. Qual é o pai que ensina seu filho de dois anos a mentir? Mesmo assim, quando tal criança apronta alguma travessura, ela trata logo de mentir para se livrar da bronca. Quem ensina as crianças a serem desobedientes, egoístas, briguentas, pirracentas e rebeldes? Entretanto, naturalmente, essas mazelas aparecem livre e espontaneamente, cabendo aos pais educar tais crianças. Chamamos isso de pecado original, ou seja, a herança de Adão.
Depois da queda, portanto, o homem passou a viver com tendência para o mal, nossa natureza foi corrompida e se tornou propensa para o pecado. Esses conceitos são idênticos nas teologias calvinista e arminiana. Para início de conversa, podemos citar Sproul, presidente da Reformation Bible College e pastor auxiliar da Saint Andrew’s Chapel na cidade de Sanford, na Flórida. Ele disse que não somos pecadores porque pecamos, mas que pecamos porque somos pecadores, pois herdamos de Adão uma condição corrupta de pecaminosidade.[1]
Berkhof salienta que, o pecado de Adão trouxe cinco consequências para a humanidade: 1) a depravação total da natureza humana, 2) a perda da comunhão com Deus, 3) uma consciência corrupta, 4) mortes espiritual e física e 5) expulsão do Éden e proibição de comer da árvore da vida.[2]
O reverendo Ronald Hanko, pastor da Lynden Protestant Reformed Church, comenta em uma de suas obras que, “a palavra depravação refere-se à nossa pecaminosidade e impiedade” e que usamos essa palavra “para enfatizar o fato de que somos muito ímpios aos olhos de Deus”, estando, consequentemente, “em grande necessidade de sua salvação”.[3]
Hanko acrescenta, ainda, que a palavra “depravação” associada ao uso de “total”, quer dizer três coisas: 1) que todos os homens, exceto Jesus, são depravados e ímpios; 2) todos os atos, pensamentos, vontades, desejos, escolhas e emoções de todos os homens são completamente ímpios aos olhos de Deus e 3) que todos os homens são ímpios em sua totalidade (atos, pensamentos, vontades, desejos, escolhas e emoções).
A doutrina da depravação total indica, segundo Berkhof, que “a corrupção inerente abrange todas as partes da natureza do homem, todas as faculdades e poderes da alma e do corpo” e que “absolutamente não há no pecador bem espiritual algum, isto é, bem com relação a Deus, mas somente perversão”. Não obstante, essa doutrina não implica “que todo homem é tão completamente depravado como poderia chegar a ser”, “que o pecado não tem nenhum conhecimento inato de Deus, nem tampouco tem uma consciência que discerne entre o bem e o mal”, “que o homem pecador raramente admira o caráter e os atos virtuosos dos outros, ou que é incapaz de afetos e atos desinteressados em suas relações com os seus semelhantes” e nem “que todos os homens não regenerados, em virtude da sua pecaminosidade inerente, se entregarão a todas as formas de pecado”.[4]
Em seu comentário sobre Romanos 3.13-17, o clérigo anglicano John Stott corroborou com a ideia de Berkhof ao mostrar que, a doutrina bíblica da depravação total “nunca quis dizer que o ser humano é o mais depravado possível. Tal noção e evidentemente absurda e falsa, e basta olharmos ao nosso redor, no nosso dia-a-dia para contradizê-la”, visto que, “a ‘totalidade’ da nossa corrupção tem a ver com a sua extensão (pois ela estraga e distorce todas as partes da nossa natureza humana), ao seu nível de ação (pois corrompe em absoluto cada parte de nosso ser).” Ele cita J. I. Packer, “por um lado ‘ninguém e tão mau quanto poderia ser’, enquanto que, por outro, ‘nenhum de nossos atos é tão bom quanto deveria ser’”.[5]

Depravação Total no Arminianismo
No decorrer do comentário supracitado de Stott, ele diz que, “só tem coragem de contestar [a doutrina da depravação total] quem tem sobre ela uma concepção errônea.” Ele tem razão. Os arminianos não discordam dessa doutrina como veremos a seguir. Mas, infelizmente, não sabemos se por preconceitos,[6] falta de informação[7] ou uma crença cegamente sofismática,[8] alguns teólogos calvinistas acham que o arminianismo ensina uma depravação parcial.[9]
Olson comenta que, “ao contrário da ideia popular sobre o Arminianismo (especialmente entre os calvinistas), nem Armínio nem os remonstrantes negaram a depravação total; eles a afirmaram”.[10] Sendo assim, penso que seja mais interessante observarmos declarações de teólogos arminianos a esse respeito. Vejamos:
Armínio disse:

“Neste estado [caído], o livre-arbítrio do homem para o verdadeiro bem não está apenas ferido, enfermo, inclinado, e enfraquecido; mas ele está também preso, destruído, e perdido. E os seus poderes não só estão debilitados e inúteis a menos que seja assistido pela graça, mas não tem poder algum exceto quando é animado pela graça divina.”[11]
(...)

Leia mais em: COUTO, Vinicius. Introdução à Teologia Armínio-Wesleyana. Reflexão, 2014.


Notas


[1] SPROUL, R. C. Boa Pergunta! 1999, Cultura Cristã, p.98.
[2] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 2012, Cultura Cristã, p. 209.
[3] HANKO, Ronald. Doctrine According to Godliness. 2004, Reformed Free Publishing Association, pp. 113,114.
[4] BERKHOF, Louis. Op. Cit., p. 229.
[5] STOTT, John. A Mensagem de Romanos. 2000, ABU Editora.
[6] Não o preconceito discriminatório, mas com ideias preconcebidas.
[7] A maioria desses críticos desconhece o arminianismo clássico, tendo portanto, um entendimento preconcebido e consequentemente superficial do assunto. Suas citações não são baseadas em Armínio, nos remonstrantes ou em Wesley. Olson comenta a esse respeito dizendo que, “Algumas acusações dos calvinistas contra a teologia arminiana demonstram quase uma completa falta de conhecimento ou entendimento da literatura arminiana clássica.”. OLSON, Roger. Arminianismo: mitos e realidades. 2013, Reflexão, p. 177.
[8] Optei em chamar dessa forma porque alguns calvinistas simplesmente debocham do arminianismo e dos arminianos, demonstrando carência do fruto do Espírito Santo. Até mesmo Solano Portela reconhece que, há no meio calvinista uma arrogância que os leva a atitudes pecaminosas como a “falta de amor no trato” com os nossos irmãos e a “falta de discernimento do que é importante” ou prioritário em nossa fé cristã. Conferir essa reflexão em PORTELA, Solano. O Pecado da Intolerância Fraternal. In: _____. 5 Pecados que Ameaçam os Calvinistas. 1997, PES, p. 7.
[9] Ver, por exemplo, Leandro Lima em LIMA, Leandro Antônio de. Calvino Ensinou a Expiação Limitada? Fides Refomata IX, n° 1 (2004), p. 79. Também conferir o equívoco de Driscoll e Breshears em dizer que a visão arminiana crê que “Nascemos pecadores, mas culpados por nossos pecados, não pelos de Adão” em DRISCOLL, Mark; BRESHEARS, Gerry. Doctrine: What Christians Should Believe. 2010, Crossway, p. 267.
[10] OLSON, Roger. Op. Cit., p. 42.
[11] NICHOLS, James (Org.). The Writings of James Arminius. Volume II, 1956, Baker, p. 252.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Conhecendo o Arminianismo (parte 2) – Expiação ilimitada

Vimos no artigo anterior, uma exposição a respeito da doutrina da eleição. Nela, pudemos constatar que, as posições arminiana e calvinista, diferem-se drasticamente nos conceitos dos decretos de Deus e da predestinação. Para os calvinistas, Deus elegeu aqueles que serão salvos, antes da criação (supralapsarianismo) ou depois da queda do homem (infralapsarianismo). Os arminianos, entretanto, creem numa eleição corporativa, isto é, Deus escolheu e predestinou a Igreja e não os indivíduos. Trata-se de uma eleição com base em Sua presciência, ao passo que, para os calvinistas, com base em Sua Soberania.
A discussão (não no sentido pejorativo da palavra), agora é outra: por quem Jesus morreu? Teria o nosso Redentor morrido apenas por aqueles que Ele escolheu desde a eternidade? Ou teria Cristo morrido por toda a humanidade, dando assim, a oportunidade de salvação a todo aquele que crer? Se Ele morreu por toda a humanidade, quais seriam os efeitos dessa obra? Todos seriam salvos ou há condições? Nosso objetivo é analisar calmamente, embora não exaustivamente, a doutrina da expiação, de modo que essas perguntas e outras que surgirem no decorrer das análises, sejam respondidas à luz das Escrituras.

Artigo II – Remonstrância
“Que, em concordância com isso, Jesus Cristo, o Salvador do mundo, morreu por todos e cada um dos homens, de modo que obteve para todos, por sua morte na cruz, reconciliação e remissão dos pecados; contudo, de tal modo que ninguém é participante desta remissão senão os crentes.”

O que é expiação
Antes de mais nada, é interessante definirmos “expiação”. Erickson definiu-a como sendo um “aspecto da obra de Cristo, e particularmente sua morte, que torna possível a restauração da comunhão entre indivíduos que creem em Deus”, além de se referir ao “cancelamento do pecado”.[1]
Rigsby diz que, a palavra expiar e seus derivados vêm de kipper (hb.), cujo significado é cobrir ou limpar. Já nos textos neotestamentários, a palavra “expiação” praticamente não aparece nas versões em português, senão em algumas versões católicas, na ARC, na ACF e na Bíblia Literal do Texto Tradicional Anotada de 2009.[2] Na maioria das vezes, as palavras gregas são derivações de hilaskomai e normalmente elas são traduzidas por “sacrifício”, “propiciação”, “propiciatório” e “reconciliação”.[3] Pecota acrescenta, ainda, que o grupo de palavras – tanto hebraicas, quanto gregas – para expiação, possui o sentido de “aplacar”, “pacificar”, “conciliar” ou “encobrir com um preço”, a fim de remover o pecado ou a ofensa da presença de alguém.[4]
O teólogo metodista do século XIX, Richard Watson, definiu expiação como sendo a “satisfação oferecida à justiça divina por meio da morte de Cristo pela humanidade, em virtude do qual todos os verdadeiros penitentes que creem em Cristo são pessoalmente reconciliados com Deus, livrados de toda pena dos seus pecados e feitos merecedores da vida eterna”.[5]
Falando sobre a universalidade do sacrifício de Cristo, Thomas Summers, outro teólogo metodista do final do século XIX, disse que expiação “é aquela satisfação feita para com Deus pelos pecados de toda humanidade, quer seja pelo pecado original ou pelos pecados atuais, pela mediação de Cristo e, especialmente pela Sua paixão e morte, de maneira que o perdão é gratuito a todos”.[6]
Arminianos e Calvinistas concordam com a ideia da depravação total e que, portanto, éramos por natureza filhos da ira (Ef 2.3), não havendo um justo sequer (Rm 3.10,11).[7] Sendo assim, somente o sacrifício de Cristo poderia abrandar ou aplacar a ira de Deus, reconciliando o Criador com a criatura.  Desta forma, podemos concluir, como afirma Rigsby, que “a ideia que está por trás da palavra expiar é reconciliar”, pois “sem uma ação expiatória, a raça humana está separada de Deus”.[8] Pelo menos nisso gozamos de unanimidade! A questão divergente entre os sistemas monergista e sinergista, no tocante à expiação, está na abrangência desta.
Para os calvinistas, ou melhor dizendo, para os calvinistas de cinco pontos,[9] a expiação é de alcance limitado, isto é, somente para os que foram predestinados para a salvação. Para os arminianos, é de caráter ilimitado, ou seja, Jesus morreu por toda a humanidade. É bom que entendamos o que se expressa em cada teologia no tocante a tal abrangência. Vejamos a seguir.

Expiação Limitada na Tradição Monergista[10]
A posição calvinista sobre a expiação limitada está delineada na Confissão de fé de Westminster:
“O Senhor Jesus, pela sua perfeita obediência e pelo sacrifício de si mesmo, sacrifício que pelo Eterno Espírito, ele ofereceu a Deus uma só vez, satisfez plenamente à justiça do Pai e para todos aqueles que o Pai lhe deu adquiriu não só a reconciliação, como também uma herança perdurável no Reino dos Céus.”[11]
E no Catecismo de Heidelberg:
“Por que Cristo devia sofrer a morte? Porque a justiça e a verdade de Deus exigiam a morte do Filho de Deus; não houve outro meio de pagar nossos pecados.”[12]
Podemos citar, ainda, o Cânone de Dort, o qual descreve em seu segundo capítulo, nove artigos sobre a “morte de Cristo e a redenção humana através dela”. O primeiro artigo mostra que Deus não é apenas misericordioso, mas também “supremamente justo”, sendo que sua justiça requer “que os pecados que cometemos contra sua infinita majestade sejam punidos com punições tanto temporais quanto eternas”. Não há possibilidade de escapar do juízo de Deus a menos que lhe seja dada uma satisfação (expiação). Sendo assim, o segundo artigo mostra que, essa satisfação só é dada através de Cristo.
“A morte do Filho de Deus”, diz o terceiro artigo, “é sacrifício único e inteiramente completo, e satisfação pelos pecados; é de valor e merecimento infinitos, mais que suficiente para reconciliar os pecados de todo o mundo.” Embora pareça pender para a expiação ilimitada, o quarto artigo continua o raciocínio do valor do sacrifício de Cristo, como sendo infinito, em virtude da natureza de quem era sacrificado: o Cristo unigênito de Deus – de mesma natureza e essência eterna e infinita com o Pai e o Espírito Santo – e verdadeira e perfeitamente homem, o qual sem pecado, morreu por nossos pecados.
O quinto artigo resvala a eleição condicional, quando diz que, “é promessa do evangelho que todo aquele que crer no Cristo crucificado não perecerá, mas terá a vida eterna. Esta promessa, juntamente com o mandamento de arrepender-se e crer, deve ser anunciada e declarada sem diferenciação ou discriminação a todas as nações e povos, a quem Deus em seu bom propósito enviar o evangelho”.
É, porém, a partir do sexto artigo que vemos mais claramente as ideias predestinistas. É tratado aqui do problema da responsabilidade do homem. Verdadeiramente, o calvinismo não nega este fato, porém, o trata de uma forma maquiada, pois o próprio artigo propõe que o não arrependimento dos descrentes não se trata de insuficiência ou deficiência do sacrifício de Cristo, mas da própria falta dos ímpios,[13] pois, conforme trata o sétimo artigo, somente eleitos desde a eternidade é que recebem o dom da fé. Ora, se Deus decretou desde a eternidade a reprovação daqueles, não seria a responsabilidade divina ao invés de humana? Não foi Deus quem escolheu a quem daria a fé e a quem não daria?
Neste ponto consigo compreender o questionamento de John Wesley: “qual seria o pronunciamento da humanidade (...) a respeito daquele que, sendo capaz de livrar milhões da morte apenas com um sopro de sua boca, se recusasse a salvar mais do que um dentre cem e dissesse: ‘Eu não faço porque não o quero’? Como exaltarmos a misericórdia de Deus se lhe atribuímos tal procedimento?”.[14]
O oitavo artigo propõe explicar a eficácia do sacrifício de Cristo:
“Porque este foi o plano soberano e o mui gracioso desejo e intenção de Deus o Pai: que a eficácia vivificante e salvífica da preciosa morte de seu Filho operasse em todos os escolhidos, de modo que pudesse conceder-lhes fé justificadora e por meio dela os guiasse infalivelmente à salvação. Em outras palavras, foi vontade de Deus que Cristo através do sangue na cruz (pelo qual ele confirmou a nova aliança) deveria efetivamente redimir de todos os povos, tribos, nações, e línguas todos aqueles, e somente aqueles, que foram escolhidos desde a eternidade para salvação e que foram dados a ele pelo Pai...”
O capítulo termina com a consumação do plano de Deus, que não pôde, não pode e nunca poderá ser frustrado. O plano, segundo o último artigo, provém “do eterno amor de Deus por seus escolhidos”, mas é difícil enxergar tal amor com as lentes arminianas, pois o critério dessa eleição vai de encontro com o caráter amoroso de Deus. Se admitirmos essa eleição incondicional, teremos de admiti-la como uma acepção soberana de Deus das pessoas.

Compreendendo a Expiação Limitada
Sproul disse que “há muita confusão sobre o que a doutrina da expiação limitada realmente ensina”.[15] Talvez, a pergunta correta para compreendermos tal doutrina, não seja “por quem Jesus morreu?”, mas “por quê?”. Berkhof comenta que, a expiação foi destinada a cumprir três propósitos, a saber: “a afetar a relação de Deus com o pecador, o estado e a condição de Cristo como o Autor Mediatário da salvação, e o estado e a condição do pecador”.[16]
Com referência a Deus, não no sentido de sua natureza ou atributos, visto que é imutável, mas na relação de Deus com as criaturas. Sua ira foi aplacada. Sobre isso, Berkhof diz que “a expiação não deve ser entendida como a causa motora do amor de Deus, pois já foi uma expressão do seu amor”. Com respeito a Cristo, a expiação assegurou “multiforme recompensa”. Foi “constituído Espírito vivificante, fonte inexaurível de todas as bênçãos da salvação para os pecadores”. E, finalmente, no tocante aos homens, a expiação não apenas tornou a salvação possível, mas garantida “àqueles para os quais estava destinada”.
Todavia, preciso discordar dele, pois a sequencia dos decretos de Deus, segundo a ótica calvinista, faz do plano da redenção o cumprimento de um elo predeterminado de uma corrente de eventos. Não consigo visualizar um plano de amor, mas um ato mecanicista e deliberadamente soberano. Para que essa “lógica irresistível” – como diz Sproul, fazendo alusão a Lutero – faça sentido, é preciso que aceitemos que Deus tenha premeditado (predestinação) a queda de Adão, ao invés de tê-la previsto (presciência), o que inevitavelmente tornaria Deus o autor do mal.

(...)

Leia mais em: COUTO, Vinicius. Introdução à Teologia Armínio-Wesleyana. Reflexão, 2014.

Notas


[1] ERICKSON, Millard. Dicionário Popular de Teologia. 2011, Mundo Cristão, p. 77.
[2] Na versão da CNBB encontramos em Rm 3.25; Hb 2.17; 9.5; 13.11 e em 1 Jo 2.2; 4.10; Na ARC (Almeida Revista e Corrigida), bem como na ACF (Almeida Corrigida Fiel), encontramos apenas em Hb 2.17; Finalmente, na versão da Bíblia literal do Texto Tradicional Anotada de 2009, encontramos somente em Rm 5.11.
[3] RIGSBY, Richard. A Expiação. In: DOCKERY, David S.. Manual Bíblico Vida Nova. 2010, Vida Nova, p. 823.
[4] PECOTA, Daniel. B.. A Obra Salvífica de Cristo. In: Teologia Sistemática. HORTON, Stanley M. (org.). 1996, CPAD, pp. 352,353.
[5] WATSON, Richard. Atonement. In: _____. A Biblical and Theological Dictionary. 1832, John Mason, p. 116.
[6] SUMMERS, Thomas Osmond. A Complete Body of Wesleyan Arminian Divinity. 1888, Publishing House of the Methodist Episcopal Church, p. 258,259.
[7] A doutrina da Depravação Total ainda será abordada no nosso terceiro artigo. Os conceitos são idênticos, mas alguns calvinistas acusam injustamente os arminianos de crerem numa Depravação Parcial, o que está mais para o semi-pelagianismo, conforme teremos a oportunidade de abordar.
[8] RISGBY, Richard. Op. Cit., p 823.
[9] A abrangência da expiação divide a opinião nos círculos calvinistas. Alguns deles não aceitam a limitação do derramamento do Sangue de Cristo e negam o ponto da expiação limitada. Eles são chamados de calvinistas de quatro pontos e apelidados por alguns calvinistas de “calvinistas de Natal”, em função do trocadilho “Noel” (no L), do inglês, que quer dizer “sem o L” (o L do Limited Atonement – Expiação Limitada). Podemos citar como calvinistas de 4 pontos, Richard Baxter, Moyse Amyraut, John Davenant, Norman Geisler, Charles C. Ryrie e Lewis Sperry Chafer, dentre outros.
[10] Preferi utilizar a expressão “tradição monergista” porque acho injusto chamar o calvinismo de tradição reformada. Os arminianos creem nos mesmos princípios da Reforma Protestante (os 5 solas) e integram, sem sombra de dúvidas, a tradição reformada.
[11] Confissão de Fé de Westminster. 2011, Cultura Cristã, cap. VIII, parágrafo V.
[12] Catecismo de Heidelberg. Pergunta e Resposta 40.
[13] Vale a pena ressaltar que, não queremos com isso, criar uma teologia centrada no homem e nem mesmo coloca-lo como merecedor de alguma coisa. A não aceitação do Evangelho por parte dos ímpios é uma prova empírica de que, a graça pode ser resistida e, por isso mesmo é que Deus mantém a punição eterna a estes.
[14] BURTNER, Robert W.; CHILES, Robert. E. (org.). Coletânea da Teologia de João Wesley. 1995, Colégio Episcopal, p. 47.
[15] SPROUL, R. C.. The Truth of the Cross. 2007, Reformation Trust Publishing, p. 142.
[16] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 2012, Cultura Cristã, p. 361.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Conhecendo o Arminianismo (parte 1) – Eleição condicional

A discussão teológica acerca dos pontos calvinistas e arminianos não se limitam à predestinação e ao livre-arbítrio. Na verdade, esses dois pressupostos são parte de dois sistemas soteriológicos que se opõe em praticamente todos seus quesitos.
O calvinismo, por exemplo, tem esse seu sistema montado num raciocínio lógico, conhecido pelo acróstico, do inglês, TULIP, a saber: Total depravity (Depravação total), Unconditional election (Eleição incondicional), Limited atonement (Expiação limitada), Irresistible grace (Graça irresistível) e Perseverance of the saints (Perseverança dos santos).
Esses pontos foram respostas aos artigos dos remonstrantes, seguidores de Armínio, que protestaram as ideias calvinistas baseados em cinco observações, as quais podemos resumir da seguinte forma: 1) depravação total, 2) eleição condicional, 3) expiação ilimitada, 4) graça preveniente e 5) perseverança condicional.
Nosso propósito é estudar cada um dos axiomas soteriológicos supracitados, segundo a ótica arminiana. Para isso, dividiremos nosso estudo em cinco etapas, a fim de abordar com maior precisão cada um desses pontos. Ademais, optaremos por seguir nosso raciocínio na mesma ordem dos artigos da remonstrância, visando um aproveitamento mais didático.

Artigo I – Remonstrância
“Que Deus, por um eterno e imutável plano em Jesus Cristo, seu Filho, antes que fossem postos os fundamentos do mundo, determinou salvar, de entre a raça humana que tinha caído no pecado – em Cristo, por causa de Cristo e através de Cristo – aqueles que, pela graça do Santo Espírito, crerem neste seu Filho e que, pela mesma graça, perseverarem na mesma fé e obediência de fé até o fim; e, por outro lado, deixar sob o pecado e a ira os contumazes e descrentes, condenando-os como alheios a Cristo, segundo a palavra do Evangelho de Jo 3.36 e outras passagens da Escritura.”

A predestinação
Para o sistema calvinista alcançar sua lógica, ele tem seu pontapé inicial nos decretos divinos, através dos quais a predestinação encontra-se subordinada. Best, teólogo calvinista, define decreto como “uma determinação ou ordem de alguém que tem autoridade suprema”. Ele reforça, ainda, que “o propósito de Deus está fundamentado na soberania absoluta, ordenado pela sabedoria infinita, ratificado pela onipotência e cimentado pela imutabilidade”.[1]
Strong conceitua os decretos divinos como “o plano eterno pelo qual Deus tornou certos todos os eventos do universo, passados, presentes e futuros”.[2] Charles Hodge complementa dizendo que, tais decretos são eternos, imutáveis, livres, infalivelmente eficazes e relacionam-se com todos os acontecimentos, podendo ser reduzidos a um propósito divino, além de terem como objetivo central, glorificar a Deus.[3]
Historicamente, falando, Teodoro de Beza (1519-1605), bem como outros teólogos reformados, começaram a especular sobre a “ordem dos decretos divinos”.[4] Embora esses decretos fossem simultâneos e eternos (pois Deus não está limitado ao passado, presente ou futuro, estando todas as coisas eternamente presentes no plano espiritual), qual seria a ordem deles? Teria Deus decretado primeiramente a criação do mundo ou a dupla predestinação?
Através destas conjecturações, outros pontos calvinistas passaram a ser deduzidos, através do uso da lógica: se Deus decretou os eleitos e os répobros (antes, durante ou depois da fundação do mundo), então não faria sentido que Cristo morresse pelos reprovados; os eleitos, por sua vez, não teriam condições de resistirem à graça de Deus, visto que já foram predestinados mediante os decretos eternos de Deus; Finalmente, alguém que já teve sua salvação decretada desde a eternidade, como a perderia? Portanto, uma vez salvo, salvo para sempre.
A discussão sobre quando se sucedeu o decreto da predestinação teve duas vertentes, cuja primeira é o supralapsarianismo, na qual “supra” se remete a algo prioritário e antecedente e “lapsarianismo” a um lapso ou queda. Portanto, o supralapsarianismo, trata-se de “alguma coisa antes da queda”, ou seja, a eleição como primeiro dos decretos de Deus.
Olson explica que, “teologicamente, o supralapsarismo é uma forma de ordenar os decretos divinos de tal maneira que a decisão e o decreto de Deus em relação à predestinação dos seres humanos, ao céu ou ao inferno, antecede seus decretos de criar os seres humanos e permitir sua queda”,[5] cuja sequencia decretiva seria 1) a predestinação à salvação e ao castigo eterno, 2) a criação, 3) a permissão da queda, 4) o meio de salvação em Cristo e 5) a aplicação da salvação aos eleitos.
Outros calvinistas, entretanto, discordaram com essa ordem e conjecturaram os decretos em outra sequencia, perfazendo a segunda vertente lapsariana. Eles, por sua vez, ficaram conhecidos como infralapsarianistas. Segue-se o mesmo raciocínio: “infra” está para depois e “lapsarianismo” para a queda. Sendo assim, eles situaram o decreto da predestinação depois da queda de Adão.
A concepção dos decretos divinos sofre uma alteração cabal no entendimento dos teólogos arminianos. A diferença, entretanto, não se choca de imediato com as teorias lapsarianas e sim com a relação entre a soberania de Deus e a responsabilidade do homem, conforme podemos constatar nas palavras de Russel E. Joiner:

“Os decretos divinos são o seu plano eterno que, em virtude de suas características, faz parte de um só plano, que é imutável e eterno (Ef 3.11; Tg 1.17). São independentes e não podem ser condicionados de nenhuma maneira (Sl 135.6). Têm a ver com as ações de Deus e não com a sua natureza (Rm 3.26). Dentro desses decretos, há as ações praticadas por Deus, pelas quais Ele, embora permita que aconteçam, não é responsável. Baseado nessa distinção, torna-se possível concluir que Deus nem é o autor do mal... nem é a causa do pecado.”[6]

Essa diferença é melhor explicada pelo teólogo metodista, Samuel Wakefield. Ele descreve os decretos como sendo “os propósitos de Deus ou Sua determinação com respeito a suas criaturas” e reconhece-os como sendo eternos, livres e imutáveis, mas faz uma distinção interessante: ele classifica os decretos em absolutos e condicionais. Os primeiros são aqueles que “se relacionam com os eventos da administração divina que não dependem das ações livres das criaturas morais”. Já os condicionais são “aqueles nos quais Deus respeita as ações livres de Suas criaturas morais”. Ele cita o arrependimento, a fé e a obediência como exemplos dessas condições para a salvação do homem.[7]

Objeções à predestinação
Solano Portela definiu a predestinação como sendo “o aspecto da pré-ordenação de Deus, através do qual a salvação do crente é considerada efetuada de acordo com a vontade de Deus, que o chamou e o elegeu em Cristo, para a vida eterna, sendo a sua aceitação VOLUNTÁRIA, da pessoa e do sacrifício de Cristo, uma CONSEQUÊNCIA desta eleição e do trabalho do Espírito Santo, que efetiva esta eleição, tocando em seu coração e abrindo-lhe os olhos para as coisas espirituais”.[8]
Apesar do esforço de Portela em enfatizar a voluntariedade da aceitação do homem quanto à pessoa do salvador e Seu ato salvífico pelo pecador arrependido, e de salientar que esta aceitação trata-se de uma consequência da eleição, a doutrina da eleição incondicional continua a ser, em outras palavras, uma coercitividade divina operada através de uma graça supostamente irresistível – para não dizer imperativa – decretada desde a eternidade.
A doutrina da predestinação não é simplesmente “uma das mais difíceis de serem abordadas”,[9] mas uma das mais distorcidas biblicamente, pois acaba por fazer, como observa Wynkoop, do decreto divino a causa primeira da salvação, ao passo que a morte de Cristo torna-se causa secundária e subsidiária, não sendo absolutamente essencial para a salvação, mas um elo de uma corrente predeterminada de eventos.[10] É como se o sacrifício de Cristo fosse um evento para cumprir tabela (decreto) e não um ato gracioso de um Deus cuja essência é o amor.
Muitas são as objeções sobre a doutrina da predestinação[11] e vale a pena avaliar as principais observações, começando por Armínio, que rejeitava o conceito supralapsarianista dos decretos de Deus por quatro razões:
1) Não era sustentado pelas Escrituras: os conceitos deterministas do supralapsarianismo transformam Deus num tirano que faz acepção de pessoas. Esses conceitos estão mais pautados numa teologia lógica e filosófica dos teólogos calvinistas, a quem Olson chama de calvinistas escolásticos,[12] do que na própria Palavra de Deus.
Em um de seus artigos, Armínio declarou que, “a regra da verdade teológica não deve ser dividida em primária e secundária; é una e simples, as Sagradas Escrituras.” Para ele, “nenhum escrito composto por homens, seja um, alguns ou muitos indivíduos, à exceção das Sagradas Escrituras [...] está [...] isento de um exame a ser instituído pelas Escrituras”, pois elas “são a regra de toda a verdade divina, de si, em si e por si mesmas.” Portanto, “é tirania e papismo controlar a mente dos homens com escritos humanos e impedir que sejam legitimamente examinados, seja qual for o pretexto adotado para tal conduta tirânica.”[13]
 2) Não havia sido apoiado por cristãos doutos e res­ponsáveis durante mil e quinhentos anos e nun­ca fora aceito pela totalidade da Igreja: Wyncoop conta que, em 1589, um leigo instruído, chamado Koornheert, da Holan­da, levantou uma “tormenta nos círculos teológicos por suas dissertações e escritos em refutação da teoria supralapsariana dos decretos divinos.”[14] O argumento de Koornheert era que, o ensino supralapsariansta de Beza tornava Deus a causa e o autor do pecado. A exposição brilhante e polêmica de Koornheert atraía um número cada vez maior de ouvintes e chegou-se a temer que seu pensamento solapasse a estrutura total do calvinismo, bem como a estabilidade política dos Países Baixos. Parecia que nenhum ministro era capaz de refutá-lo e, por isso, Armínio foi incumbido desta tarefa. “É significativo que o tremendo descontentamento gerado com a posição de Calvino e Beza, tenha levado um leigo a fazer tal coisa”.[15]
Armínio começou, então, uma séria revisão da doutrina da predestinação, particu­larmente na Epístola aos Romanos. Concentrou-se no capítulo 9, baluarte calvinista de seu dogma. Porém, quanto mais se aprofundava Armínio, mais lhe con­vencia sua investigação de que o ensinamento de Pau­lo estava em oposição à classe de predestinação que Beza ensinava. Embora Armínio não tivesse abandonado sua cren­ça na predestinação divina, em suas revisões, ele percebeu que os judeus criam que eles haviam sido divinamente predestinados para serem salvos e que nada poderia mudar este ato. Todavia, a Epístola aos Romanos foi escrita exatamente para mostrar a distinção entre a histórica soberania abso­luta e as condições da salvação pessoal, a qual sempre é pela fé, não por decretos.[16]
Armínio leu os escritos dos Pais da Igre­ja. Ele investigou e compilou evi­dências demonstrando que nenhum “Pai” fidedigno, isto é, digno de crédito, jamais havia ensinado os critérios de Beza. Ele constatou, ainda, que a du­pla predestinação particular de Calvino jamais havia sido oficialmente aceita pela igreja. “Para sua surpre­sa, descobriu que o mesmo Agostinho, não só antes da controvérsia com Pelágio, como principalmente depois, havia ensinado a completa responsabilidade moral.”[17]
 3) Deus se tornava o autor do pecado: Vejamos a seguir as próprias palavras de Armínio sobre esse questionamento:

“De todas as blasfêmias que podem proferir-se contra Deus, a mais ofensiva é aquela que O declara autor do pecado; o peso dessa imputação é aumentado seria­mente se lhe agrega que, segundo essa perspectiva, Deus é o autor do pecado cometido pela criatura, para poder condená-la e lançá-la à perdição eterna que lhe havia destinado para ela de antemão, sem ter relação com o pecado. Porque, desse modo, “Ele seria a cau­sa da iniquidade do homem para poder infligir o sofri­mento eterno”... Nada imputará tal blasfêmia a Deus, a quem todos concebem como bom... Não pode atri­buir-se a nenhum dos doutores da Igreja Reformada, que eles “abertamente declarem Deus como autor do pecado”... No entanto, “é provável que alguém possa, por ignorância, ensinar algo do qual fora possível, como claro resultado, deduzir que, por essa doutrina, Deus permaneça declarado autor do pecado.” Se tal for o caso, então... (os doutores) devem ser admoestados a abandonar e desprezar a doutrina da qual se tem tira­do tal inferência.”[18]

4) O decreto da eleição se aplicara ao homem ain­da não criado: objetivamente falando, se Deus tivesse decretado a eleição antes da queda do homem, então “a queda do homem tinha sido desejada por Ele”.[19] Por isso Deus teria de ser o autor do pecado! Laurence Vance explica que, segundo esse sistema, “Deus primeiramente decidiu eleger alguns homens para o céu e reprovar os outros homens ao inferno, de forma que ao criá-los, ele os fez cair, usando Adão como um bode expiatório, de forma que pareceria que Deus foi gracioso ao enviar os ‘eleitos’ ao céu e justo ao enviar os ‘reprovados’ ao inferno.” Ele explica, ainda, que “a característica distintiva deste esquema é seu decreto positivo da reprovação. A reprovação é a condenação deliberada, preordenada, predestinada de milhões de almas ao inferno como resultado do soberano beneplácito de Deus e conforme o ‘conselho da sua vontade’”[20] (Ef 1.11).

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Leia mais em: COUTO, Vinicius. Introdução à Teologia Armínio-Wesleyana. Reflexão, 2014.


Notas


[1] BEST, W.E.. Definition of God’s Decree. In: ______. God’s Eternal Decree. WE Best Book Missionary Trust, 1992.
[2] STRONG, A. H. Teologia Sistemática. 2007, Hagnos, p. 617.
[3] HODGE, Charles. Teologia Sistemática. 2001, Hagnos, pp. 399-405.
[4] OLSON, Roger. História da Teologia Cristã:2000 anos de tradição e reformas. 2001, Vida, p. 468.
[5] Idem.
[6] JOINER, Russell E.. O Deus Verdadeiro. In: Teologia Sistemática. HORTON, Stanley M. (org.). 1996,  CPAD, p. 153.
[7] WAKEFIELD Apud GARRETT, James Leo. Teologia Sistematica. 2000, Casa Bautista de Publicaciones, p.452.
[8] PORTELA, Solano. Estudo Sobre a Predestinação. Disponível em: <http://www.solanoportela.net/artigos/estudo_predestinacao.htm> Acesso em: 12 de Fevereiro de 2014.
[9] Idem.
[10] WYNCOOP, Mildred Bangs. Fundamentos da Teologia Arminio Wesleyana. 2004, Casa Publicadora Nazarena, p. 33.
[11] Para um estudo mais acurado sobre as objeções da doutrina da predestinação, ver OLSON, Roger. Sim Para a Eleição; Não Para a Dupla Predestinação. In: ______. Contra o Calvinismo. 2013, Editora Reflexão, pp. 159-210.
[12] OLSON, Roger. Op. Cit., pp. 466-470.
[13] Ibid, p. 476.
[14] WYNCOOP, Mildred Bangs. Op. Cit., p. 52.
[15] Idem.
[16] NICHOLS, James; NICHOLS, Willian (Trad.). The Works of James Arminius. 1875, Thomas Baker, vol. III,, pp. 527ss.
[17] WYNCOOP, Mildred Bangs. Op. Cit., p. 53.
[18]NICHOLS, James; NICHOLS, Willian. Op. Cit., pp. 645-655.
[19] BERKOUWER, G. C.. Divine Election. 1960, Eerdmans Publishing Co., p. 257.
[20] VANCE, Laurence M.. Sistemas Lapsários. In: ______. O Outro Lado do Calvinismo. Material não publicado. Disponível em www.arminianismo.com.