terça-feira, 28 de junho de 2011

Quatro Marcas de uma Igreja Vencedora

At 2.41-47 – “De sorte que foram batizados os que receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas; e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos”.

Tive o prazer de participar neste último final de semana da festividade de nossa convenção em comemoração ao centenário das Assembléias de Deus no Brasil. O Pr. Nascimento levou uma mensagem de despertamento para o povo de Deus e tenho certeza de que muitos irmãos saíram de lá impactados pelo Poder divino. Sob o tema “As três eras da Igreja”, ele mostrou a verdadeira identidade da Igreja Primitiva, comparou-a com o que vivemos nos dias de hoje e alertou acerca dos desafios para o futuro. Se atualmente já enfrentamos grandes desafios, futuramente teremos preocupações ainda maiores.

Jesus afirmou que “portas do inferno não prevalecerão” contra a Igreja (Mt 16.18). Todavia, muitos têm interpretado essa passagem de forma errada, como se a Igreja é que estivesse na defensiva, protegendo-se dos ataques do maligno, enquanto na verdade, as portas do inferno é que serão saqueadas e não terão condições de prevalecer contra a Igreja. Logo após a efusão do Espírito no dia de Pentecostes, pelo menos três mil vidas se converteram a Jesus e foram batizadas. Prodígios e sinais eram feitos pelos Apóstolos. Pessoas e mais pessoas conheciam e ouviam as boas notícias. A Igreja Primitiva avançava cada vez mais até que veio a perseguição. Muitos foram presos e leis foram expedidas proibindo a pregação do Evangelho (At 4.17-20; 5.40). Parecia que as portas do inferno iriam prevalecer, mas Pedro e João responderam às autoridades: “nós não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido” (At 4.20). Chegaram a ser açoitados, mas isso não os impediu de continuar a propagar o Evangelho; Retiraram-se da presença do sinédrio, “regozijando-se de terem sido julgados dignos de sofrer afronta pelo nome de Jesus” (At 5.41). No ministério de Paulo, as Boas Novas chegaram a milhares de gentios. Ele percorria cerca de 3.000 Km para pregar a Palavra de Deus às nações e não ia de avião, não usava internet, televisão, não levantava ofertas nas igrejas e nem mesmo viajava em veículos confortáveis. Provavelmente percorria seus trajetos a pé ou em um animal de carga. O que movia o coração de Paulo não era a “prosperidade” que muitos hoje buscam incansavelmente, não era o reconhecimento das pessoas e nem status apostólico. O que ardia em seu peito era o desejo de ver pessoas e mais pessoas se dobrando a Jesus de Nazaré. Enquanto enfrentamos lutinhas em nossa época e ainda reclamamos, Paulo foi preso e açoitado depois de expulsar um espírito de adivinhação de uma moça. Ele poderia murmurar, blasfemar ou questionar a Deus dizendo: “Senhor, estamos fazendo a Tua Obra e permites que padeçamos desta forma?”. Entretanto, num horário em que poderiam estar dormindo, descansando o corpo que fora maltratado, ele e seu companheiro, Silas, “oravam e cantavam hinos a Deus” (At 16.25).

Embora o número de seitas cresça a cada dia, as palavras de Jesus jamais passarão: “As portas do inferno não prevalecerão” contra a Igreja. Aparentemente, a Igreja foi derrotada no passado, quando foi oficializado o cristianismo como religião oficial de Roma. O catolicismo permitiu a entrada do paganismo e as coisas pareciam ir de mal a pior. Será então que a Igreja foi vencida por alguns séculos? De forma alguma, pois a Igreja não é uma entidade política e nem religiosa, mas um corpo de pessoas que não se conformam com este século e que possuem a mente de Cristo (Rm 12.2; 1 Co 2.16). No meio daqueles sacerdotes que negociaram a Palavra de Deus havia homens que lutaram pela Verdade e não arredaram o pé. Muitos foram mortos defendendo o Evangelho e desta forma a Igreja seguia derrubando os portões do inferno. O sistema romano ameaçava de morte os que fossem de encontro aos seus dogmas, muitos foram à fogueira por isso, mas Deus levantou um homem corajoso e as portas do inferno foram arrombadas, quando em 31 de Outubro de 1517 Lutero pregou as 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg. As portas do inferno não podem prevalecer contra a Igreja, pois sua verdadeira identidade é de vencedora. Não pode prevalecer porque ela está edificada sobre uma pedra fundamental. Essa pedra não é Pedro, como muitos dizem, não foram os reformadores, não são os líderes contemporâneos, “esta Pedra” é a Pedra angular que os construtores rejeitaram (Sl 118.22). Pedra esta que saiu de Judá. É dele que sairão os chefes que serão como “valentes que na batalha pisam aos pés os seus inimigos na lama das ruas” (Zc 10.4,5).

A Igreja é vencedora, seu DNA é composto de quatro marcas. Podemos ver essas marcas na Igreja Primitiva. Eles perseveravam em quatro fundamentos: Na doutrina dos Apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações. Essas são as quatro marcas de uma Igreja Vencedora.

1.     Doutrina dos Apóstolos – Este é o alicerce da casa. Em Mt 7.24, Jesus compara aqueles que praticam Sua Palavra (doutrina dos Apóstolos), com um prudente construtor, o qual fez para sua casa uma base sólida, edificando-a sobre a rocha. O próprio Jesus explica que uma casa sem um bom alicerce corre o risco de ruir quando passa por uma tempestade. Por isso, para que a Igreja seja vencedora ela precisa estar com sua base nas Sagradas Escrituras. Vivemos em uma época em que a inovação é a bola da vez. O problema disso, é que alguns líderes querem reinventar a roda e acabam por edificar suas doutrinas em invencionices humanas. Doutrinas como a Teologia da Prosperidade, Confissão Positiva, Triunfalismo, Igrejas Amigáveis, Métodos para crescimento da Igreja, dentre outras, estão substituindo a verdadeira Doutrina dos Apóstolos, a Palavra de Deus. A questão não é apenas conhecer a sã doutrina, mas perseverar nela, pois os métodos humanos são tentadores; As inovações humanistas, o “evangelho” antropocêntrico, a busca pelo sucesso e o modernismo estão cegando milhares de líderes, os quais estão atribuindo a vitória de seus ministérios aos números de adeptos. A igreja em Tiatira tinha suas últimas obras mais numerosas que as primeiras. É como se essa igreja tivesse obras sociais, como asilos, clínicas para dependentes químicos, trabalhos com moradores de ruas, etc. O problema era que, embora tivessem obras plausíveis, tinham se descuidado em sua base doutrinária, permitindo que determinada profetisa ensinasse heresias no seio da Igreja (Ap 2.20). Mas havia ali alguns remanescentes fiéis que não compartilhavam desses falsos ensinos e estes foram instruídos por Jesus a perseverarem nesta postura (Ap 2.24-28). A primeira marca, portanto, de uma Igreja Vencedora é a perseverança na Doutrina dos Apóstolos, a saber, a Palavra de Deus.

2.     Comunhão – Lucas disse que “todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum”, além disso, “vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um” (At 2.44,45). O Dicionário da Bíblia de Almeida define Comunhão como relacionamento que envolve propósitos e atividades comuns, uma parceria. De acordo com Strong, comunhão (Koinonia), deriva de comum (Koinos). Podemos dizer que além de estarem unidos, ajudando uns aos outros, eles tinham em comum a doutrina. Não podiam ter comunhão entre si, caso a doutrina compartilhada fosse diferente. Para que a Igreja seja vencedora, precisa comungar, isto é, compartilhar da mesma doutrina. E conforme vimos no tópico anterior, eles compartilhavam não da doutrina dos fariseus, nem dos saduceus, mas da doutrina dos Apóstolos. Como havia várias doutrinas, Paulo classificou a verdadeira doutrina como Sã doutrina, pois as demais estavam doentes, contaminadas com algum vírus herético. Paulo mesmo admoestou Timóteo a pregar a Palavra tanto a tempo quanto fora de tempo, pois viriam dias em que esta comunhão seria quebrada e alguns não mais suportando a sã doutrina, teriam comichões nos ouvidos, desejando ouvir mensagens mais agradáveis e ajuntariam para si mestres segundo seus próprios desejos, desviando os ouvidos da verdade e se voltando a fábulas (2 Tm 4.1-4). A segunda marca de uma Igreja Vencedora é então, perseverar em ter tudo em comum (Koinos), como tinha a Igreja Primitiva.

3.     Partir do Pão – A terceira marca de uma Igreja Vencedora é perseverar no partir do pão, isto é, na Ceia do Senhor. A Ceia é sinal de que há comunhão com Cristo Jesus. Paulo instrui aos coríntios que antes que participassem da Ceia, eles deveriam realizar uma auto-análise, pois não podiam participar do Corpo e do Sangue de Jesus aqueles que estavam vivendo indignamente, ou seja, em pecado. Uma Igreja Vencedora é marcada pela consagração a Deus. Um veneno que está assolando a Igreja Moderna é o ativismo religioso. Muitos pensam que pelo fato de estarem trabalhando na obra de Deus são justificados, porém, ocupam-se em demasia das atividades eclesiásticas e se esquecem do Deus da Obra. Perseverar no Partir do Pão é mais do que realizar obras. É olhar para o nosso passado, entendendo que outrora éramos escravos do pecado. É olhar para o presente e regozijar em Cristo Jesus porque foi Ele quem nos libertou do domínio da morte. E é olhar para o futuro anunciando a morte do Senhor até que Ele venha (1 Co 11.26). Perseverar no partir do Pão é perseverar em obedecer a Cristo e à Sua Palavra. É perseverar a andar em santidade. É estar preparado para a volta do Senhor Jesus de forma a não sermos surpreendidos (1 Ts 5.4).

4.     Oração – Por último e não menos importante, uma Igreja Vencedora traz consigo a marca da perseverança na oração. Se há dois elementos vitais na Igreja que têm sido desprezados são respectivamente, o conhecimento da Palavra do Senhor e a oração. Esta, precisa ser algo prazeroso, momento de intimidade com o Pai. Mas, sobretudo, passar pelo crivo das Escrituras, pois em uma época em que se tem dado mais crédito às experiências do que à Palavra de Deus, muitos são os casos que extrapolam a doutrina bíblica, ao ponto de pessoas afirmarem ter visto a face de Deus ou receber revelações estranhas como ungir órgãos genitais. A oração traz sim uma experiência agradável de conversar com Deus e ouvir Sua voz, mas não podemos desprezar o que Sua Palavra nos ensina sobre Seus gostos. Foi através da oração que a Igreja Primitiva angariou testemunhos vitoriosos, ao ponto de tremer o lugar onde estavam reunidos (At 4.31). Foi ainda através da oração que os veterotestamentários alcançaram vitórias sem igual. O sistema solar parou depois da oração de Josué (Js 10.12,13), a sombra retrocedeu 10 graus após a oração de Isaías pelo sinal da cura do Rei Ezequias e o que dizer da oração de Ana que, sendo estéril, Deus lhe abriu a madre e concebeu ao juiz, profeta e sacerdote Samuel? Muitos templos estão bonitos por fora, com multidões indo às reuniões, mas por dentro estão deixando a frieza entrar, esquecendo-se do poder da oração. A quarta marca, portanto, de uma Igreja Vencedora, é a perseverança em oração.

A verdadeira identidade da Igreja de Cristo é de um povo vitorioso, que persevera na Palavra do Deus Altíssimo, tendo tudo em comum, vivendo em santidade e consagração a Deus sob a prática da oração. Assim também tem sido com a Assembléia de Deus nesses 100 anos. Um povo marcado pelo pentecostes, pela perseverança na sã doutrina, um povo que tem tudo em comum, que vem em santidade aguardando a segunda vinda do nosso Senhor Jesus Cristo e que tem os joelhos marcados pela perseverança em oração. Não quero neste artigo dar a impressão de exclusivismo, há muitas denominações que trabalham seriamente para a propagação do Reino de Deus. Meu intuito é contribuir com essa meditação para que a Igreja de Cristo mostre suas marcas de vitoriosa pelo Brasil e o mundo e ao mesmo tempo comemorar os 100 anos de pentecostalismo nesta nação que tanto amo, o Brasil. Continuemos a perseverar e mostrar as marcas de uma Igreja de Cristo Universal verdadeiramente vencedora!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sã Doutrina – Coisa do Passado?

2 Timóteo 3.4 – “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos
Parece que estamos realmente a cada dia chegando mais próximo do fim. Quando abri meu e-mail e recebi a triste notícia que verão a seguir, meu coração doeu. Doeu porque nos dias em que estamos, grandes homens e mulheres de Deus têm caído e negociado a Palavra do Senhor. Muitos têm fama de que ainda vivem, mas estão mortos porque deixaram os preceitos do Senhor (Ap 3.1). Parece que a mídia ao mesmo tempo em que eleva a pessoa ao êxtase da glória dos homens e da fama, abate-os à pior imundícia iníqua do egoísmo. Muitos homens de Deus que outrora eram grandes apologistas, defensores da genuína fé em Cristo, estão hoje mercadejando a Palavra do Senhor, aderindo à Teologia da Prosperidade sem nenhum pudor. Meu coração se entristece com tudo isso e mais ainda com a manipulação das massas. Povo este evangélico, que defende cegamente seus ídolos sem confrontar seus ensinamentos com as Sagradas Escrituras. Se o tele-evangelista disser algo, parece que tem mais peso e autoridade do que a Palavra de Deus. Foi com muito pesar que li a matéria a seguir. Uma irmã que se desviou. Sim, ainda se intitula como pastora, mas nega os preceitos Sagrados. Como então, dizer que ainda está quente na presença do Senhor? Apenas pelo que sente? A presença do Senhor é mais do que sensação. Mais do que um calorzinho que arde em nosso peito. Por isso o crente não pode se valer apenas de experiências, pois estas enganam o ser humano. Quantos ensinam que o importante é se sentir bem? Isso não é o suficiente, pois os espíritas, católicos, evangélicos (evangélicos?) homossexuais, muçulmanos se sentem bem onde estão. O cristianismo puro não é empirista e sim bíblico. Amados, Jesus prometeu para os vencedores, isto é, àqueles que perseverarem em Sua Palavra até o fim: “o que vencer será assim vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; antes confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5). Veja o artigo a seguir e oremos para que o Evangelho seja levado a sério nesta nação.

Pastoras lésbicas querem fazer 'evangelização' na Parada Gay de SP
Lanna Holder e Rosania Rocha dizem que movimento perdeu o propósito.
Organização diz que evento continua reivindicando direitos humanos.
Do G1 SP
Para o casal de pastoras, a Parada Gay perdeu seu propósito inicial de lutar pelos direitos dos homossexuais (Foto: Clara Velasco/G1)
Três semanas depois de inaugurar uma igreja inclusiva e voltada para acolher homossexuais no Centro de São Paulo, o casal de pastoras Lanna Holder e Rosania Rocha pretende participar da Parada Gay de São Paulo, em 26 de junho, para "evangelizar" os participantes. Estudantes de assuntos ligados à teologia e a questões sexuais, as mulheres encaram a Parada Gay como um movimento que deixou de lado o propósito de sua origem: o de lutar pelos direitos dos homossexuais.
“A história da Parada Gay é muito bonita, mas perdeu seu motivo original”, diz Lanna Holder. Para a pastora, há no movimento promiscuidade e uso excessivo de drogas. “A maior concepção dos homossexuais que estão fora da igreja é que, se Deus não me aceita, já estou no inferno e vou acabar com minha vida. Então ele cheira, se prostitui, se droga porque já se sente perdido. A gente quer mostrar o contrário, que eles têm algo maravilhoso para fazer da vida deles. Ser gay não é ser promíscuo.”
As duas pastoras vão se juntar a fiéis da igreja e a integrantes de outras instituições religiosas para conversar com os participantes da parada e falar sobre a união da religião e da homossexualidade. Mas Lanna diz que a evangelização só deve ocorrer no início do evento. “Durante [a parada] e no final, por causa das bebidas e drogas, as pessoas não têm condição de serem evangelizadas, então temos o intuito de evangelizar no início para que essas pessoas sejam alcançadas”, diz.
Leandro Rodrigues, de 24 anos, um dos organizadores da Parada Gay, diz que o evento “jamais perdeu o viés político ao longo dos anos”. “O fato de reunir 3 milhões de pessoas já é um ato político por si só. A parada nunca deixou de ser um ato de reivindicação pelos direitos humanos. As conquistas dos últimos anos mostram isso.”
Segundo ele, existem, de fato, alguns excessos. “Mas não é maioria que exagera nas drogas, bebidas. Isso quem faz é uma minoria, assim como acontece em outros grandes eventos. A parada é aberta, e a gente não coíbe nenhuma manifestação individual. Por isso, essas pastoras também não sofrerão nenhum tipo de reação contrária. A única coisa é que o discurso tem que ser respeitoso.”
Negação e aceitação da sexualidade
As duas mulheres, juntas há quase 9 anos, chegaram a participar de sessões de descarrego e de regressão por causa das inclinações sexuais de ambas. “Tudo que a igreja evangélica poderia fazer para mudar a minha orientação sexual foi feito”, afirma Lanna. “E nós tentamos mudar de verdade, mergulhamos na ideia”, diz Rosania. As duas eram casadas na época em que se envolveram pela primeira vez.
O casal passou por sessões de descarrego e
regressão por causa da orientação sexual (Foto:
Clara Velasco/G1)
“Sempre que se fala em homossexualidade na religião, fala-se de inferno. Ou seja, você tem duas opções: ou deixa de ser gay ou deixa de ser gay, porque senão você vai para o inferno. E ninguém quer ir para lá”, diz Lanna.
A pastora afirma que assumir a homossexualidade foi uma descoberta gradual. “Conforme fomos passando por essas curas das quais não víamos resultado, das quais esperávamos e ansiávamos por um resultado, percebemos que isso não é opção, é definitivamente uma orientação. Está intrínseco em nós, faz parte da nossa natureza.”
Igreja Cidade de Refúgio
Segundo as duas mulheres, após a aceitação, surgiu a ideia de fundar uma igreja inclusiva, que aceita as pessoas com histórias semelhantes as delas. “Nosso objetivo é o de acolher aqueles que durante tanto tempo sofreram preconceito, foram excluídos e colocados à margem da sociedade, sejam homossexuais, transexuais, simpatizantes”, diz Lanna.
Assim, a Comunidade Cidade de Refúgio foi inaugurada no dia 3 de junho na Avenida São João, no Centro de São Paulo. Segundo as pastoras, em menos de 2 semanas o número aumentou de 20 fiéis para quase 50. Mas o casal ressalta que o local não é exclusivo para homossexuais. “Nós recebemos fiéis heterossexuais também, inclusive famílias”, diz Rosania.
Apesar do aumento de fiéis, as duas não deixaram de destacar as retaliações que têm recebido de outras igrejas através de e-mails, telefonemas e programas de rádio e televisão. “A gente não se espanta, pois desde quando eu e a pastora Rosania tivemos o nosso envolvimento inicial, em vez de essa estrutura chamada igreja nos ajudar, foi onde fomos mais apontadas e julgadas. Mas não estamos preocupadas, não. Viemos preparadas para isso”, afirma Lanna.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Curiosidades Bíblicas

João 5.39 – “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim”.
Um homem que sofria há 38 anos não conseguia descer ao tanque de Betesda por falta de ajuda e por isso permanecia enfermo. Jesus passando por aquele lugar viu esse homem deitado em seu leito e perguntou-lhe: “Queres ficar são?” O homem respondeu-lhe: “Senhor, não tenho ninguém que, ao ser agitada a água, me ponha no tanque; assim, enquanto eu vou, desce outro antes de mim”. Depois dessa resposta Jesus apena lhe disse que se levantasse, tomasse seu leito e que andasse. Imediatamente o homem ficou curado, tomou seu leito, num belo dia de Sábado e seguiu adiante.
Nesta ocasião vemos o Poder de Jesus sobre a enfermidade, mas além disso, o Mestre demonstra a ineficiência da Lei em contraste com a eficácia da Graça. Da mesma forma que a Lei continha 5 livros (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), o tanque em Betesda tinha 5 alpendres (Jo 5.2). Da mesma maneira que os israelitas caminharam 38 anos pelo deserto (Dt 2.14), aquele homem estava há 38 anos no seu próprio deserto (Jo 5.5). Através da Lei não foi possível receber a transformação. Quando, entretanto, encontrou-se com Jesus, ele não precisou esperar horas, dias, meses ou anos por seu milagre. No mesmo instante sua vida foi transformada.
Todavia, os religiosos da época não aceitaram que aquele homem carregasse seu leito, pois era Sábado e ele encontrava-se transgredindo o quarto mandamento da Lei (Êx 20.8-11). Diante disso, revoltara-se contra Jesus e acusavam-no de proferir blasfêmias . Eles não conheciam o Mestre, honravam a Deus com os lábios, mas o coração estava longe do Senhor. Mateus apresentou o Cristo como Servo, Marcos como Rei, Lucas como Filho do Homem, mas João preocupou-se em evidenciar sua Deidade. Jesus não era um mero líder religioso, não era um revolucionário e sim o Senhor do Sábado (Jo 5.16,17).
Assim como o mestre da Lei, Nicodemus, havia falhado em interpretar as Sagradas Escrituras e os ensinamentos de Cristo (Jo 3.10), aqueles homens também não conseguiam enxergar o Poder de Deus emanando em Jesus Cristo, homem. Foi necessário que Jesus dissesse a eles que realizassem um exame criterioso da Palavra, pois esta testificava dEle. Nós, como bons cristãos, precisamos examinar as Escrituras, verificar cada detalhe e aprender a cada dia com a bendita Palavra do nosso Deus. Para uma boa exemplificação, um exame de sangue é uma forma de enxergarmos o que a olho nu não somos capazes de detectar. É num exame como este que detalhamos como estamos de glóbulos brancos, colesterol, dentre outros. É comum vermos pregadores repetindo o que ouvem. Alguns pela inexperiência e outros por imitação. Mas o fato é que, há alguns detalhes ou porque não dizer curiosidades, da Bíblia Sagrada. Espero poder ajudar e despertar o interesse do amado leitor à leitura e à boa análise da Palavra de Deus.
1.       Parábola dos talentos (Mt 25.14) – Na versão ARC (Almeida Revista e Corrigida), a epígrafe diz que são 10 talentos, mas eram 5 + 2 + 1 = 8. Dobrando esses talentos temos 10 + 4 + 1 = 15. É interessante como os editores não perceberam esse detalhe, mas da mesma forma como passou desapercebido por eles, passa também por nós.
2.       Aparição de Jesus aos 12 (Lc 24.36) – Versão ARC a epígrafe diz que Jesus apareceu aos 12, mas foi aos 11, pois Judas já não mais fazia parte do grupo apostólico.
3.       A história dos magos – É comum ouvirmos e assistirmos nos filmes “3 reis magos” que ofertaram presentes a Jesus enquanto o Mestre ainda recém-nascido estava em uma manjedoura. No entanto, a realidade bíblica não é bem assim. Vejamos abaixo:
3.1.     Jesus não estava na manjedoura – Em Mt 2.11 lemos que os magos, isto é, os sábios, entraram em uma casa e que depois de terem visto o menino, prostraram-se e O adoraram. É comum assistirmos nos filmes essa cena e até mesmo é costume dos católicos montarem seus presépios desta forma, mas como vimos, Jesus não estava mais na manjedoura.
3.2.     Tinha cerca de 2 anos – Também como de costume, sempre vemos um recém-nascido na manjedoura sendo adorado pelos magos. Entretanto, lemos em Mt 2.16 que os magos passaram um tempo preciso ao rei Herodes de que Jesus tinha cerca de dois anos.
3.3.     A Bíblia não afirma que eram 3 – Outra afirmação comum, é a de que eram três homens. Talvez o fato de terem ofertado ouro, incenso e mirra tenha levado muitas pessoas a esta conclusão, mas isso não quer dizer nada, pois poderiam ser 2, 4, 5 ou mais homens ofertando ouro, enquanto outros ofertavam incenso e mirra. O mesmo raciocínio pode ser depreendido nos demais presentes, pois não quer dizer que cada homem deu especificamente, um ouro, outro incenso e ainda o último, mirra. O que podemos afirmar é que eram pelo menos dois (cf Mt 2.1,7,11).
3.4.     A Bíblia não diz que eram reis – Também tradicionalmente ouvimos que estes homens eram reis, contudo, nos versículos que contam esta história, não conseguimos evidenciar isso. Essa passagem se dá nos versos de 1 a 16.
4.       Qual vara virou serpente? É bastante comum alguns pregadores dizerem que foi a vara de Misés que virou serpente quando se apresentou a Faraó. Esta passagem se passa em Êx 7.9,10 e é bastante confundida com Êx 4.1-4, quando Moisés tem seu primeiro encontro com o Senhor e está prestes a ser enviado na missão de libertar o povo hebreu.
5.       Frases que a Bíblia não diz – Embora essas frases não estejam na Bíblia, possuem sentido teológico. O que não podemos é afirmar que a Bíblia diz:
5.1.     Faça a tua parte e eu te ajudarei
5.2.     Os viciados não herdarão o reino dos céus
5.3.     O Espírito é sujeito aos profetas (cf o correto em 1 Co 14.32)
5.4.     Venha como estás
5.5.     Não cai uma folha de uma árvore sem a vontade de Deus
5.6.     O cair é do homem, mas o levantar é de Deus
5.7.     O dinheiro é a raiz de todos os males
5.8.     O pouco com Deus é muito
5.9.     Quem não vem pelo amor, vem pela dor
6.       Estas coisas ou as demais coisas? – Outra passagem bastante confundida é a de Mt 6.33. É até automático completar o versículo... “Mas buscai primeiro o Reino dos céus e sua justiça e as ... coisas serão acrescentadas”. O correto não é as demais, como muitos completariam e sim estas. Apesar de não parecer fazer muita diferença, demais coisas pode ser o que eu quiser (uma mansão de 1.000 m², uma Ferrari, fazenda, iates, etc), enquanto estas coisas se referem a Mt 6.31,32: “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso”. Estas coisas são as necessidades básicas do homem, comer, beber e vestir. O que Jesus está dizendo é que quando priorizamos o Reino, o que é necessário ao homem não será negado.
7.       Judas se enforcou? – O que me motivou a escrever esse artigo foi essa dúvida. Alguns afirmam categoricamente que ele se enforcou, outros que ele pulou em um precipício. Afinal, Judas se enforcou, sim ou não? Na versão de Mateus, sim, ele se enforcou (Mt 27.5). Já na versão de Lucas ele caiu e se arrebentou pelo meio (At 1.16-19). A teoria mais aceita é a da “corda arrebentada”. Junta-se as duas afirmações, de Mateus e Lucas e conclui-se que, ele se enforcou no alto de uma montanha, a corda ou o galho não agüentou e ele caiu se arrebentando.
Gostaria de concluir esse artigo dizendo que não se trata de ser um crítico de carteirinha e ficar falando mal de um pregador, mas apenas incentivar a todo bom cristão na leitura da Palavra de Deus. Você já leu a Bíblia inteira? Sabia que para efetuar essa leitura em um ano, basta ler em média três capítulos e meio por dia? Leia, examine e desta forma não perecerá por falta de conhecimento (Os 4.6).

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pequenas Igrejas, Grandes Negócios

2 Pedro 2.1-3 – “Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o caminho da verdade; também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles farão de vós negócio; a condenação dos quais já de largo tempo não tarda e a sua destruição não dormita”.
Depois de minha conversão ouvi algumas vezes os ímpios satirizarem o povo evangélico com a frase “pequenas igrejas, grandes negócios”, fazendo um trocadilho com a revista “Pequenas Empresas, Grandes Negócios” e com o império da IURD. Embora estejamos na era da informação, as pessoas que nos cercam continuam a serem vencidas pela falta da mesma e paradoxalmente enxergamos crentes que não conhecem a Palavra de Deus.
Da mesma forma como a revista já citada visa mostrar o sucesso de pequenos empresários, suas estratégias de mercado e motivar o pioneirismo, no meio evangélico (evangélico?) vemos o mesmo tipo de coisa acontecendo. Por que ter uma pequena igreja se pode ter uma mega? Por que andar de Brasília verde abacate se podemos andar de Hillux zero Km? Não estou fazendo apologia à pobreza e nem mesmo à miséria, mas a teologia da prosperidade já foi longe demais e os valores humanos estão acima dos valores divinos.
Antes de dar seqüência num artigo que li, faz-se necessário comentar os versículos da segunda epístola universal do Apóstolo Pedro, utilizados como base para este artigo. Analise você mesmo(a) comigo na exposição abaixo:
1)    Houve e Haverá falsos mestres – Este não é um problema exclusivamente moderno. A Igreja Primitiva já combatia homens que diziam ensinar a Palavra de Deus, mas a utilizavam para seus próprios interesses. O Apóstolo Paulo relata ao jovem obreiro Timóteo que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (1 Tm 6.10). Muitos citam esse versículo, mas não lêem os que o antecedem (v. 3-10). A partir do versículo 3 Paulo diz que os que ensinam doutrina diversa, isto é, além das sãs palavras do Senhor Jesus, são soberbos, nada sabem, deliram e fazem da piedade fonte de lucro. Ao contrário dos que faziam do Evangelho fonte de lucro, Paulo se contentava tendo alimento e vestuário, isto é, o necessário para sobreviver. Entretanto, os que não entendiam o verdadeiro Evangelho, mas queriam tornarem-se ricos, caíam em perdição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Pedro, entretanto, avisa aos desavisados que da mesma forma que houve naquela época os pregadores da prosperidade, também em nossa época haveria. Conheça a árvore apenas de olhar os frutos, não precisa prová-los para ver se são saborosos, não caia na mesma armadilha que Eva caiu.
2)    Introduzirão encobertamente heresias destruidoras – Estes falsos mestres (propagadores de falsos ensinos), introduziriam heresias de uma forma encoberta, isto é, escondida, tampada, oculta, mascarada. Este tipo de ensinamento pode ser visto nas várias seitas existentes nos dias de hoje. Como encobertam seus ensinamentos? Baseando-os na Bíblia Sagrada. Não é porque se utiliza da Palavra de Deus que o ensino é verdadeiro, por isso precisamos ser crentes bereanos, os quais verificam, conferem e analisam se o que é ensinado está coerente com a doutrina bíblica. Na tentação de Jesus no deserto, o diabo utilizou do Salmo 91.11,12 para tentar convencer o Mestre a se lançar do pináculo do templo (cf Mt 4.5-7). O Apóstolo Paulo combateu o legalismo nos primeiros séculos nas igrejas da Galácia, pois alguns judeus recém convertidos utilizavam de base da Lei para tentar convencer os irmãos gálatas a praticarem preceitos da Lei judaica. Paulo entretanto, foi veemente no combate a essas doutrinas dizendo que, “ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema” (Gl 1.8).
3)    Negando até o Senhor que os resgatou – Pode parecer exagero essa afirmação, mas é o que está acontecendo em muitas denominações. A Teologia da Prosperidade ou Confissão Positiva já foi aderida por vários pastores e o que eles não percebem é que estão negando e ensinando suas ovelhas a negarem até o Senhor que os resgatou. Jesus nunca prometeu riquezas, antes disse que deveríamos buscar em primeiro lugar o Reino dos céus e sua justiça e que estas coisas (não as demais coisas como dizem muitos) seriam acrescentadas. A diferença é ao mesmo tempo pequena e enorme entre estas e demais. Demais pode ser carros luxuosos, mansões de 1.000 m², roupas caras, jatinhos particulares, etc. Estas coisas, porém, dizem respeito a comer, beber e vestir. Confira, por favor, sem preguiça Mt 6.31-33 e veja por si só. Quando buscamos as demais coisas, esquecemo-nos do Criador e Ele fica em segundo plano, pois não se pode servir a dois senhores, afinal, um será odiado e o outro será agradado, um desprezado e o outro terá dedicação, eis o motivo pelo qual não se “pode servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24).
4)    E muitos seguirão suas dissoluções – Na introdução desse artigo estive questionando o porquê de se ter uma pequena igreja, se podemos ter uma mega. Há até mesmo metodologias humanas para que haja crescimento numérico nas igrejas e sei do que estou falando porque fiz parte do movimento M-12 e vi qual era a verdadeira preocupação. O pior de tudo é que “muitos seguirão suas dissoluções”, Pedro já dizia. O caminho verdadeiro, genuíno, pregado por Jesus não é um caminho de multidões, muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos (Mt 22.14). As multidões não tinham compromisso com o Mestre, eles estavam atrás das bênçãos que lhes podiam ser concedidas e não em busca do doador das bênçãos (Jo 6.26). Infelizmente muitas são as pessoas que não estão valorizando a Palavra de Deus e estão apenas seguindo falsos ensinamento de falsos mestres, mas ainda dá tempo, analise os ensinamentos, abandone o que é falso e volte à Palavra do Deus vivo, a qual é a verdade (Jo 17.17).
5)    Por causa deles será blasfemado o caminho da verdade – Existem dois caminhos apenas, um largo e outro estreito (Mt 7.13,14). Jesus disse muitas pessoas são as que passam pelo caminho largo, todavia, este é o caminho que conduz à perdição. Em contrapartida, o caminho apertado e estreito conduz à vida, mas poucos são os que passam por ele. Este mesmo caminho estreito, está sendo blasfemado por estes falsos mestres. A preocupação em acabar com o que é rotulado por eles mesmos de tradicional e inovar o Evangelho está manchando o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo. Hoje em dia pode-se tudo, qualquer música, qualquer roupa, qualquer ambiente, baile gospel, balada evangélica, etc. Não precisamos adaptar a Palavra de Deus para ser mais fácil de ser seguida. Há alguns meses ouvi de um pastor que não se podia pegar muito duro com os jovens senão eles sairiam da igreja, conforme já havia presenciado em sua experiência. Afinal, devemos ensinar a Palavra pela Palavra de Deus ou pela nossa experiência, adaptando-a aos ouvintes? Não quero dizer que precisamos ser extremistas e duros com ninguém. Devemos ensinar a Palavra com amor, mas exortar e repreender com autoridade a todas as ovelhas do rebanho (cf Tt 2.1-15).
6)    Farão de vós negócio – Esse negócio é o show business da fé. São líderes que estão se aproveitando da fé de ovelhas inocentes para se enriquecer às custas das mesmas. A moda atual dos pregadores de sementes é ter um jatinho particular. Jatinho para quê? Se for para fazer missões, cumprir o Ide, alcançar os perdidos até vai. Mas sabemos que não é isso. A intenção é ganhar tempo, locomover-se mais rapidamente em um congresso, em uma reunião, ter menos contato com a massa e comprovar que são grandes homens de Deus pelo o que têm. O problema é que muitos não enxergam essa negociação milagrosa da fé x dinheiro. Já participou de um leilão gospel? Nunca? Têm vários hoje. Quando termina o congresso o pastor diz “Deus está me mostrando que há 1.000 pessoas de fé que ofertarão R$ 1.000”. Neste caso ainda estão pedindo pouco, há lugares em que a oferta é a sua casa ou seu carro, mas não é para a obra de Deus não, é para manter o ministério do super pregador fulano de tal.

Abramos os olhos e cessemos de contribuir para esses ladrões da fé. O que você lerá abaixo, foi resumido para facilitar sua leitura, no final do artigo está a fonte e você pode acessar e ler o texto na íntegra se quiser. Só não podia deixar passar em branco esse tipo de ensinamento anti-bíblico o qual visa persuadir as ovelhas indefesas que deveriam ler mais a Bíblia para não cair nas garras desses lobos devoradores vestidos em pele de cordeiro. Veja por si só e tire suas próprias conclusões, caso queira continuar admirando cegamente (para não dizer adorando) falsos profetas como esse, saiba que estará fazendo conscientemente, pois não pode mais dizer que não sabia depois de ler essas informações.
Renê Terra Nova ensinando como se faz política “SUJA”
É o caso de Renê Terra Nova. Apoiador de Marina Silva (PV), ele embarcou de Bíblia e notebook em seu avião – um Falcon 010, comprado no ano passado – para fazer campanha país afora para José Serra (PSDB) no segundo turno. Tomou para si a tarefa de empreender uma grande cruzada pelo tucano, como fizera para a candidata do PV.
Conhecido o resultado das urnas, no domingo, 3, Terra Nova conta que conversou com Marina Silva por telefone e, em seguida, se apresentou às hostes do PSDB. Na primeira semana do primeiro turno, teve uma reunião em Brasília com Mônica Serra, mulher do presidenciável, e com o candidato a vice da chapa, Indio da Costa. Desde então, passou a gastar dinheiro do próprio bolso em viagens com finalidade exclusivamente política. Garante não ter pedido nada em troca: nenhum cargo, verba para projeto de assistência social, ou concessão de rádio ou TV. “Sou um oferecido”, diz, numa declaração de desprendimento que não corresponde ao seu comportamento.
Renê Terra Nova tem um estilo personalista. No encontro em São Paulo, os pastores sob sua influência o esperaram por mais de duas horas até que ele chegasse num Toyota CR-Z, ano 2010, cercado por assessores. No local, o estande da Semente de Vida, editora que publica alguns de seus mais de 100 títulos, exibia um grande banner com a foto do líder. 
Na reunião política, Renê Terra Nova ensinou diversos truques para driblar a legislação eleitoral e enviar mensagens subliminares de apoio a José Serra durante as pregações nos cultos (leia abaixo). O apóstolo ressaltou muito a importância da internet como uma “ferramenta poderosa” de persuasão fora do púlpito.
“Correio eletrônico, You Tube, Facebook, Twitter, e-mails, MSN, se vire nos 30. Começe a mandar informações”, ordenou a seus pastores, depois de se vangloriar de ter 14 mil seguidores no Twitter, mas não seguir ninguém.
Terra Nova abriu a reunião estratégica – que não escapou ao formato de culto, entremeada por orações e cânticos – dizendo que havia apenas 11 dias para fazer algo “grande”, ou seja, uma virada de José Serra sobre Dilma Rousseff (PT).
Momentos antes, em entrevista ao Valor, ele reclamava dos institutos de pesquisas. Justamente na véspera, levantamento do Vox Populi apontava que Dilma abrira vantagem de 12 pontos. O pastor lembrava que Marina Silva havia sido vítima dos institutos no primeiro turno e que o mesmo estaria acontecendo com Serra. “É imoral, é estuprar a realidade”, vociferava. 
O prognóstico poderia provocar um anticlímax no encontro. Mas Renê Terra Nova não fez por menos. Minutos depois, no discurso aos pastores, afirmaria que duas pesquisas, pela manhã, já haviam sido divulgadas e apontavam empate técnico entre Serra e Dilma. Não citou a fonte.
Com o poder da palavra e uma alta dose de marketing, Terra Nova multiplicou fiéis, aumentou seu poder econômico e, agora, afirma, pretende conquistar poder político, a partir do rebanho sob seu controle.
Sua base é Manaus, onde ergueu um templo capaz de abrigar 7.500 pessoas e que custou US$ 17 milhões. É a matriz de sua denominação, o Ministério Internacional da Restauração (MIR), que tem igrejas no Rio, Natal, Porto Velho e Roraima. Ao todo, o MIR congrega pouco mais de 100 mil adeptos.
Seu poder de influência, contudo, não reside aí. Terra Nova cresceu no meio evangélico ao introduzir no Brasil uma nova forma, uma metodologia, de arrebatar fiéis. O modelo tem inspiração clara no mercado. “É marketing de rede”, assume.
A estratégia piramidal é muito semelhante à utilizada pela marca Amway, que esteve em voga nos anos 90. Cada pessoa que entra num grupo ou “célula” de 12 discípulos tem a missão de ser um pastor/líder e formar seu próprio grupo de 12. O resultado esperado é um avanço em progressão geométrica. A primeira geração de 12 é seguida por uma segunda, de 144, que forma uma terceira, de 1.728, uma quarta de 20.736, e assim por diante. É o Modelo dos 12, ou M-12, que se inspira no número de apóstolos que seguiram Jesus e que dá origem à chamada Visão Celular, em referência ao grupo de células que se multiplicam.
Renê Terra Nova está no topo da cadeia no Brasil. Ele trouxe o modelo – que surgiu na Coreia, nos anos 50 – depois de importá-lo da Colômbia em 1998. Viajou, à época, acompanhado de outra pastora, Valnice Milhomens, tida como a maior responsável pela difusão da candidatura Marina Silva no eleitorado evangélico. Valnice, porém, preferiu a neutralidade no segundo turno.
Terra Nova diz ter 30 mil pastores sob sua influência, os quais, por sua vez, teriam sob sua cobertura 325 mil líderes de células, abrangendo ao todo 6 milhões de fiéis. É um rebanho gigantesco – próximo da maior igreja protestante no Brasil, a Assembleia de Deus, que fez 19 deputados federais entre os 64 da bancada evangélica eleita no primeiro turno. Em Manaus, porém, Renê Terra Nova não elegeu os dois candidatos a deputado que apoiava, um estadual e outro federal.
Questionado sobre a confiabilidade da estimativa de 6 milhões de fiéis que estariam sob sua influência, ele é evasivo. “Nós também temos nossos institutos de pesquisa…”, diz, sem esconder o sorriso de ironia.
Terra Nova é um nome de peso no competitivo mercado religioso. A Visão Celular lhe proporciou expandir seu projeto, ao amealhar fiéis que não precisam abandonar as igrejas as quais costumam frequentar. As reuniões dos grupos de 12 discípulos são realizadas em residências, duram no máximo uma hora e têm como apelo a proximidade entre seus integrantes. Numa igreja grande, com 3 ou 4 mil frequentadores, por exemplo, dificilmente um pastor tem condições de saber ou tempo para confortar alguém, individualmente, caso esteja passando por um grave problema, como a morte de um parente. 
A Visão Celular de Renê Terra Nova tenta se aproveitar desse dilema entre quantidade e qualidade. E fornece a uma gama difusa de pastores independentes – que abriram suas próprias igrejas – um corpo de ideias coeso e uma metodologia para expansão. Tal qual uma franquia.
A comparação com empresas não é descabida. Para que a multiplicação das células se dê, os fiéis são incentivados a ser pró-ativos. Por nove meses, frequentam uma “escola de líderes”. Em um ano e meio, estão autorizados a empreender e abrir seu próprio grupo. Por experiência, a melhor forma de a célula ir adiante é que seja formada metade por homens e metade por mulheres.
O modelo é uma radicalização da teologia da prosperidade, que move a maioria das denominações evangélicas neopentecostais. Incentiva que o fiel seja ele mesmo um empresário da fé e não só um beneficiário de práticas aprendidas na igreja e voltadas para sua ascensão social.
A ideia de prosperidade está tão entranhada que, em discurso que antecedeu ao de Renê Terra Nova, uma de suas discípulas, Nídia Sá, precisou ressaltar a importância da política não como meio para se ganhar dinheiro, mas por se tratar de uma questão ideológica, para preservar uma sociedade com princípios cristãos. Nídia, ao falar do púlpito, era o símbolo de como a política e religião se casaram nesta eleição. À frente dos mais de 100 pastores, seu notebook trazia um adesivo escrito “Serra 45&S243;.
O projeto de poder político é visto como uma consequência inevitável da autonomia econômica. “Queremos governar. Cansamos de ser cauda”, diz Renê Terra Nova, ao afirmar que o resultado surpreendente de Marina Silva mostrou a força do segmento evangélico. A onda verde, para ele, foi, essencialmente, uma onda cristã, de apoio à candidata do PV, embora Marina não tenha enfatizado o fato de ser evangélica.
Terra Nova conta que, no início, era muito crítico do mundo da política, mas que chegou à conclusão de que não é possível ficar à margem. Tanto que criou o chamado Governo dos Justos, que admite ser o braço político de sua organização. A intensa participação na campanha de José Serra é um sinal dos novos tempos. Outro é a expansão midiática.
“Decidi agora ir para a TV. Vou dar as caras daqui para frente. Preciso aparecer mais”, diz o pastor, em referência a negociações para ter um programa na televisão e à entrevista que concedia, que chamou de “milagre”, pois recusara pedidos de vários jornais e revistas nacionais de grande circulação. O que não deixa de ser outra estratégia de marketing.
Nos cultos, vale até trocar monte por serra
“Explique porque Serra, mas explique também porque não o outro lado (…) ‘Ah, pastor, eu não sei como fazer’. Sabe sim, porque sabe tirar dízimos e ofertas”.
A frase do apóstolo Renê Terra Nova mostra até que ponto vai seu empenho em conquistar votos para o tucano José Serra. 
Diante de mais de 100 pastores, Terra Nova ensinou como fazer campanha do púlpito, sem ser enquadrado na legislação eleitoral.
“É proibido na hora do culto. Você sabia disso. Pode ser enquadrado em crime eleitoral pelo TRE. Mas você pode fazer o que eu faço na igreja”, disse, ao iniciar a reunião estratégica em que deu dicas de como transmitir mensagens subliminares aos fiéis.

Terra Nova explicou que eles poderiam, por exemplo, mencionar uma passagem da Bíblia que remetesse ao número de José Serra. “Eu digo, olha, irmãos, eu vou ler Isaías [capítulo] 45 e eu descobri um versículo que fala sobre serra”, orientava.
Sem problema se a passagem em questão não se referir a uma serra propriamente dita.
“Deus diz que gosta que seus filhos estejam num lugar alto e subam a sua serra. O nome lá é monte. Mas eu ponho o nome que eu quero (risos na plateia). A tradução é minha. A hermenêutica é da Bíblia, mas a exegese é minha”, disse.
Terra Nova recomendou aos pastores que eles poderiam fazer como ele, que citou num culto a realização de um congresso da Visão Celular na cidade de Serra, no Espírito Santo.
“Eu estou blefando? É mentira que Serra fica no Espírito Santo? E eu digo que, no próximo ano, o congresso será em Serra, e que de Vitória (olha a vitória, olha a vitória, olha a vitória…) para Serra… 45 quilômetros, 45 Serra, 45 Vitória. Eu quero ver o TRE me julgar por isso. Não julga, não”, disse.
Serra fica no Espírito Santo. Mas, pelo Google Map, a distância para Vitória é de 28 quilômetros.
Renê Terra Nova ressaltou que os pastores deveriam abusar da internet, mas sem vulgaridade, com informações verdadeiras. Em seguida, porém, apontou como fato mensagem que circulou pela internet segundo a qual Dilma Rousseff não poderia entrar nos Estados Unidos e mais 11 países.
Nos cultos, a recomendação foi de agir com inteligência. Terra Nova contou que não “é confortável” ser chamado pela Polícia Federal, como ocorreu com ele, três vezes este ano, para responder a inquérito por “problema político”.