quarta-feira, 27 de julho de 2011

Caiu, caiu a Babilônia

Ap 14.8 – “Um segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.

Gostaria de usar esse versículo para expressar meus sentimentos de alegria. Não o utilizarei no contexto original, mas ainda assim explicarei o verdadeiro contexto e o porquê de escolher essa passagem para me expressar. Primeiramente, o texto refere-se a uma passagem escatológica do juízo e queda da grande Babilônia. É uma passagem alegórica quanto à nação, uma vez que a Babilônia de Nabucodonosor já não mais imperava. Trata-se, como é comumente interpretado, da nação romana, império este que exercia cativeiro sobre os judeus na época de João (cf 1 Pe 5.13). Este nome simbólico de Roma aparece ainda nos Oráculos Sibilinos 5.143, 159 e no livro apócrifo de 2 Baruque 11.1. Os pormenores da queda encontram-se no capítulo 18 do livro das Revelações de João, a saber, o Apocalipse. A fala do anjo é também uma citação de Is 21.9. O capítulo 18, já citado, modela-se nos cânticos de vitória dos profetas do Velho Testamento sobre as nações hostis dos seus tempos. Tão rememorativo destes é ele, que se pode dizer que sumaria todos os oráculos proféticos sobre a destruição dos povos injustos. Podemos arriscar dizer que, a expressão “caiu, caiu a grande Babilônia” diz respeito à anunciação da queda, feita pelo anjo com um tom de alegria, pois ela (a Babilônia) deu de beber a todas as nações “ do vinho da ira da sua prostituição”.

Mas meu desejo aqui não é olhar para o conteúdo escatológico da referida passagem, mas assim como o anjo, alegrar-me na queda do movimento G-12 em minha cidade. Você que está passando por esse blog pela primeira vez, sugiro ler o artigo postado em Abril deste ano intitulado “Uma sobrevivente da visão celular de Rene Terra Nova conta TUDO!”. Nesta ocasião postei o relato do meu desligamento do MPA e a tristeza pela qual passava em virtude da maneira como era tratado por algumas pessoas na rua. Muitos nem sequer me cumprimentavam, outros viravam o rosto e a grande maioria não soube respeitar a minha opinião contrária ao movimento dos 12. Aliás, essa grande maioria nem estava preparada para lidar com uma situação como essa e por isso, agiam dessa forma, defendendo cegamente uma visão que contrariava os preceitos bíblicos. Não pude ver ninguém debatendo, ou defendendo a visão fundamentado nas Sagradas Escrituras, como um bom amigo cristão, defendendo exaustivamente sua crença no campo das idéias. Entendo que achavam ser eu um inimigo declarado do MPA, enquanto na verdade expressava eu, minha indignação contra líderes descompromissados com a santa Palavra de Deus. Não guardei mágoa de ninguém nesse tempo, ainda que vinham insultar-me com palavras que como diria Davi, pareciam mais como “lanças e flechas” e a língua como “espada afiada” (Sl 57.4).

Alegro-me com os pouquíssimos que se mostraram verdadeiros amigos, independentemente das circunstâncias. Aliás, como diria Salomão, não apenas amigo, mas um genuíno irmão, pois “o amigo ama em todo o tempo; e para a angústia nasce o irmão” (Pv 17.17). Pouquíssimos tiveram a coragem de freqüentar minha casa, de conversar comigo, de me convidar para almoçar, de continuar sendo meu amigo ou até mesmo irmão em Cristo. Com estes me alegro sobremaneira, porque entenderam o princípio celestial de que viveremos eternamente no mesmo lugar. Alguns temeram retaliação, perseguição dos próprios companheiros denominacionais, mas sei que interiormente ainda nutriam o mesmo carinho de outrora. Neste mundo evangelical, precisamos aprender a conviver com as diferenças teológicas. Pode um arminiano conviver em paz com um calvinista? A resposta é a mais óbvia possível: claro que sim! Entretanto, essa convivência pacífica não exime a necessidade do “debate” (no bom sentido da palavra) da questão doutrinária. Nunca deixei de saudar um presbiteriano porque crê na predestinação. Nunca deixei de dar a Paz do Senhor para um batista, ainda que não concorde na totalidade com suas crenças. Tenho amigos metodistas que defendem veementemente a teoria amilenista, outros irmãos que defendem teorias menos creditadas como a meso-tribulacionista e nem por isso deixo de conviver pacificamente com eles. Debatemos, discordamos, mas somos um em Cristo. A coisa aperta apenas se a Palavra de Deus não for nossa bússola em comum. Não podemos fechar os olhos para as heresias hodiernas, a Bíblia ainda é a Palavra de Deus.

Recebi algumas ligações, mensagens pelo blog, convites para voltar e me alegro com a verdadeira atitude cristã que tem acontecido nesses últimos dias. Fico feliz pela notícia de que o G-12 acabou em Barroso (minha cidade amada) e oro para que o MPA volte ao mesmo amor que encontrei quando cheguei lá pela primeira vez. Sei que isso já está acontecendo!!! Tenho grande estima pelas pessoas de lá e nunca me esqueci dos bons momentos que vivi. Posso ter sido mal interpretado há alguns meses, mas tenho certeza de que muitos agora me entendem. Caiu, caiu a Babilônia. Falo com alegria e amor. Caiu, caiu o G-12. Não a igreja, não o MPA, não uma parte do corpo de Cristo, pois “portas do inferno não prevalecerão contra ela (a Igreja)” (Mt 16.18). Um forte abraço aos MPAenses! Que Deus vos abençoe! Sonho a cada dia que possamos ouvir notícias de líderes se acertando. Sonho em ouvir Caiu, caiu a idolatria. Caiu, caiu a teologia da prosperidade. Caiu, caiu o exclusivismo. Caiu, caiu a teologia gay. Caiu, caiu a Babilônia!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário